Observação de Baleia-Jubarte Praia do Forte

Trajeto migratório das baleias‑jubarte até as águas baianas

As baleias‑jubarte fazem uma impressionante migração anual: saem das regiões antárticas — onde se alimentam no verão — e seguem milhares de quilômetros até o litoral da Bahia, especialmente para os berçários naturais como o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos e Praia do Forte. A temporada ocorre entre junho/julho e outubro/novembro, quando as águas mais mornas da costa baiana oferecem condições ideais para acasalamento, parto e amamentação dos filhotes. A rota pode ultrapassar 8.000 km, com velocidade média de até 27 km/h durante a travessia oceânica

O espetáculo em Praia do Forte

De julho a outubro, Praia do Forte se transforma em um palco natural para observação de baleias. Com frequência de até 95 % de aparições em tours bem organizados, os visitantes podem ver saltos, batidas de cauda, jatos de ar e até cantos dos machos. Os passeios geralmente duram entre 3 a 4 horas, partindo da praia em frente ao Projeto Tamar, e são conduzidos por agências credenciadas em parceria com o Instituto Baleia Jubarte. Há opções de observação por escuna, lancha ou até por voo panorâmico, cada uma oferecendo diferentes perspectivas e experiências de contato com os animais

Instituto Baleia Jubarte em Praia do Forte

História e estrutura

O Instituto Baleia Jubarte (IBJ) surgiu nos anos 1980 com o Projeto Baleia Jubarte, e foi formalizado como entidade em 1996 com apoio da Petrobras. Em Praia do Forte, foi inaugurado em 2004, em área de 3.500 m² cedida pela Fundação Garcia D’Ávila, ao lado do Parque Natural Municipal Klaus Peters.

Espaço interpretativo

O espaço oferece:

• Réplicas em tamanho natural e esqueleto de jubarte adulta
• Painéis interativos com vídeos e imagens sobre o comportamento das baleias
• Auditório para 70 pessoas
• Espaço infantil e playground
• Atendimento por jovens monitores treinados

A visita inclui uma palestra educativa antes do passeio, explicando hábitos da espécie e normas de conduta ambiental.

Preservação: pesquisa, educação e turismo sustentável

Pesquisa científica

O IBJ realiza trabalhos de ecologia, foto‑identificação, bioacústica, genética, resgates de encalhes e necrópsias de cetáceos. Sua atuação se estende por bases em Caravelas, Vitória e Ilhabela, além de Praia do Forte.

Em 2022, um monitoramento aéreo contabilizou cerca de 25 mil jubartes ao longo da costa brasileira — número quase equivalente ao estimado há 200 anos, antes da caça intensiva.

Educação ambiental e comunidade

O instituto investe fortemente em educação ambiental, capacitação de jovens guias para o whale watching e desenvolvimento do turismo responsável, como fonte de renda sustentável para as comunidades envolvidas.

Parcerias e ações práticas

Parcerias com empresas como Veracel e Norsul permitem reduzir riscos de colisão entre embarcações e baleias, por meio do monitoramento das rotas marítimas e treinamentos de tripulações na identificação de animais.

Por que isso importa?

• Espécie recuperada: houve recuperação significativa da população de jubartes no Atlântico Sul graças ao esforço de conservação, embora ainda existam ameaças como colisões, redes de pesca e poluição sonora.
• Ciclo ecológico vital: as baleias fertilizam o oceano com nutrientes, fortalecendo a produtividade do fitoplâncton e impactando toda a cadeia alimentar marinha, além de sequestrar carbono ao longo de suas vidas.
• Turismo consciente: ao integrar pesquisa e educação com turismo, o instituto ajuda a formar uma cultura de preservação e sustentabilidade, além de oferecer experiências transformadoras para visitantes.

Dicas para visitantes

• Visite o Espaço Baleia Jubarte antes de embarcar — os ingressos custam cerca de R$ 16 e o espaço funciona de terça a domingo das 9h às 17h30 ou 18h.
• Faça o passeio com agências credenciadas pelo projeto, como Portomar, Base Náutica ou Emy Tour.
• Durante os passeios, siga rigorosamente as orientações dos monitores para garantir a segurança e o bem-estar dos animais.
• Prefira horários com boa visibilidade e evite tempestades — os observadores garantem reembolso ou remarcação caso não haja avistamento

Para finalizar

A temporada das baleias-jubarte em Praia do Forte oferece mais do que contemplação: é uma aula viva de ciência, cultura e conservação. O Instituto Baleia Jubarte é essencial para essa conexão entre visitantes e natureza, aliando educação, pesquisa e turismo responsável. Ao contemplar os gigantes do mar, entendemos a importância de preservá-los — por elas, pelo ecossistema e pelas futuras gerações.

Se quiser, posso te ajudar com horários específicos, como chegar ou até sugestões de melhores períodos para visitar!